quarta-feira, 28 de maio de 2014

Tenho escrito pouco, eu sei. 
Hoje fiz um exercício engraçado, fui ler umas coisas antigas, precisava de me lembrar de umas datas. E lá estavam os acontecimentos, muitas vezes escritos de modo que só eu entendo. E nessa altura escrevia, comentava o meu dia-a-dia, e ajuda-me ter este diário, não sou muito boa em datas confesso. 
Resolvi retomar esse registo, mesmo que muitas vezes não tenha grande coisa para dizer. Porque os meus dias de agora são diferentes, começando pelo facto de estar desempregada. 
E por esse facto também deixei de escrever sobre o dia-a-dia, porque não tem piada dizer que hoje, por puro aborrecimento, limpei todos os armários da cozinha. E verifiquei que é um óptimo exercício físico, pois fiquei com uma dor de pernas terrível de subir e descer de uma cadeira trezentas e cinquenta e quatro vezes.
Não tem piada dizer que andei a lamber montras, vi carradas de coisas giras, e não trouxe nem uma agarrada às mãos, pois o orçamento familiar ficou mais apertado
Não tem piada dizer que passei o dia a limpar a casa, ou todas as comidas que invento por puro tédio.
Não tem grande piada estar à duas semanas sem carro, porque está na oficina, ainda sem previsão de entrega. E o que eu preciso do carro para não me sentir presa. E hoje, o que precisava mesmo era de ir ver o mar, respirar a maresia e levar com o vento nas trombas, a ver se me passa a neura.
Não tem piada falar de papéis que me desiludem e que me fazem sentir pouco importante.
Mas como escrevo para mim, apesar de publicamente, vou retomar porque tenho saudades, e preciso do registo, porque não sou boa com datas.


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